Em julgamento, Zuckerberg atribui sucesso de Instagram e WhatsApp ao Facebook
Zuckerberg defende aquisições da Meta em tribunal antitruste, alegando que Instagram e WhatsApp não teriam alcançado o mesmo sucesso sem o apoio da empresa. O julgamento pode resultar na separação das plataformas e repete a preocupação da FTC com a concorrência no setor de redes sociais.
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, afirmou em tribunal que o Instagram enfrentou “muita dificuldade” para crescer sem o apoio do Facebook e que o WhatsApp “não tinha ambição o suficiente”.
A declaração foi feita durante sua defesa em um julgamento antitruste da Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC), que acusa a Meta de ter adquirido Instagram e WhatsApp para evitar concorrência.
Consequências: se o juiz decidir a favor da FTC, a Meta pode ser obrigada a vender ambas as plataformas.
Zuckerberg ressaltou que o sucesso dos aplicativos foi impulsionado pelos investimentos da Meta, afirmando que atingir o tamanho do Instagram, que conta com 2 bilhões de usuários, seria difícil sem a empresa californiana.
Ele comentou sobre o WhatsApp, dizendo que apesar de “tecnicamente impressionante”, seus fundadores careciam de ambição.
Sheryl Sandberg, ex-diretora de operações da Meta, depôs em seguida, dizendo que a empresa enfrentou intensa concorrência, incluindo do Google.
Contexto: O julgamento começou após denúncias feitas durante a presidência de Donald Trump e deve durar oito semanas. A Meta adquiriu o Instagram em 2012 por 1 bilhão de dólares e o WhatsApp em 2014 por 19 bilhões de dólares.
Zuckerberg defendeu que a compra não visava eliminar a concorrência e que o Facebook estava desenvolvendo sua própria ferramenta de fotografia na época.
Definição do mercado: A FTC argumenta que os serviços da Meta fazem parte das “redes sociais pessoais”, e que a experiência dos usuários piorou com a quantidade de anúncios.
Além disso, Zuckerberg mencionou a crescente concorrência com o TikTok, que levou a Meta a lançar o Reels para competir, mas sua insatisfação com a performance comparativa da Meta em relação aos concorrentes foi evidente.
O julgamento é parte de uma série de ações antimonopólio contra grandes empresas tecnológicas, incluindo Google, Apple e Amazon.