Em greve, Receita chama reunião com Ministério de “frustrante”
Após reunião sem avanços, auditores da Receita Federal mantêm greve e intensificam manifestações. Categoria cobra readequação salarial e cumprimento de acordos anteriores com o governo.
Sindifisco Nacional se reuniu em 15 de abril de 2025 com o secretário especial da Receita, Robinson Barreirinhas, e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, para discutir o reajuste salarial da categoria. Funcionários consideraram a reunião "frustrante" após 140 dias em greve.
Os manifestantes vaiaram os secretários e exigiram mais pressão contra o governo, reduzindo as atividades de fiscalização. O Sindifisco acusou o governo de não cumprir um acordo de negociação de junho de 2024.
O presidente do Sindifisco, Dão Real, destacou a perda salarial acumulada de 28% desde 2016 devido à inflação. Em 2023, a categoria recebeu um reajuste de 9%, mas insuficiente para cobrir as perdas.
O bônus de eficiência foi o único a ser reajustado em 2024. A proposta de reajuste salarial base foi negada em novembro de 2024, forçando a greve.
Funcionários aposentados também apoiaram o movimento, ressaltando a perda significativa em suas remunerações. O apoio entre deputados, incluindo Érika Kokay (PT-DF), cresce, com apelos para que o governo negocie.
Os atrasos na liberação de mercadorias, reforçados pela greve, impactam diretamente os custos e a competitividade das empresas brasileiras. Cada dia de atraso resulta em custo adicional de 2,1% sobre os produtos, conforme dados do Sindasp.
Dão afirmou que a intenção do sindicato não é causar prejuízos, mas os efeitos na cadeia logística são inevitáveis.