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Em decisão polêmica, CVM barra OPA da Ambipar com voto de presidente interino

Decisão revoga autorização para OPA da Ambipar, gerando conflito interno na CVM. Divergências sobre a legitimidade do voto de desempate do presidente interino acirram debates na autarquia.

Decisão polêmica: O presidente interino da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Otto Lobo, reverteu a deliberação sobre a oferta pública de aquisição (OPA) da Ambipar. Lobo votou contra a OPA após parecer contrário do diretor João Accioly.

Esse caso revela divergências na cúpula da CVM. Na última reunião em 24 de junho, Lobo pediu vista e os então presidente João Pedro Nascimento e diretora Marina Copola votaram a favor da OPA, apoiando a área técnica da CVM que apontou manipulação de mercado.

Em março, a CVM identificou que o controlador da Ambipar, Tércio Borlenghi Jr., teria colaborado com o Banco Master e a corretora Trustee para inflacionar ações da empresa, resultando em uma valorização superior a 800%. Isso permitiu que as ações fossem usadas como garantia na compra da Emae, estatal de energia paulista.

O recurso, inicialmente avaliado no mês passado, resultou em um placar de 2 votos contra 2, após Lobo e Accioly votarem contra a OPA. A controversa gira em torno do voto com maior peso, pois o voto de desempate é do presidente. Nascimento havia votado antes de renunciar, o que gerou confusão sobre quem deveria decidir.

Lobo argumentou ter o voto de desempate como presidente em exercício, enquanto a Procuradoria Federal Especializada (PFE) discordou, afirmando que seu voto contava como diretor. Os votos ainda não estão públicos e Lobo não respondeu ao ser procurado. O colegiado da CVM está sem um membro desde dezembro de 2024.

A Ambipar comunicou que a CVM decidiu não exigir a OPA, indicando que não houve aumento de participação que justificasse essa obrigação. O investidor Nelson Tanure não comentou o caso ao ser procurado.

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