Em crise financeira, Correios vão receber R$ 4 milhões por atender a beneficiários do INSS
Correios receberão R$ 4 milhões por atendimento a beneficiários do INSS. A medida visa oferecer agilidade no serviço, mas enfrenta críticas sobre a terceirização do atendimento.
Correios receberão R$ 4,03 milhões por atendimento a beneficiários do INSS que sofreram descontos indevidos de mensalidades associativas.
O contrato estipula um pagamento de R$ 7,90 por atendimento e justifica-se pela necessidade de agilidade no serviço, além de representar uma receita adicional para os Correios em meio a dificuldades financeiras.
Até o momento, foram registradas 510 mil contestações pelo serviço postal, embora o total de atendimentos seja superior a 900 mil.
A decisão de terceirizar o atendimento enfrenta críticas internas, com sugestões para que o próprio INSS amplie seu horário de atendimento. No entanto, muitos servidores trabalham remotamente e há resistência em retomar atividades presenciais.
INSS e Correios afirmaram em comunicado que o atendimento é feito através do programa Balcão do Cidadão, mas os detalhes financeiros não foram informados.
A situação financeira dos Correios é preocupante: os prejuízos passaram de R$ 633,5 milhões em 2023 para R$ 2,6 bilhões no ano passado. No primeiro trimestre de 2025, já registraram R$ 1,7 bilhão em perdas.
A queda de receitas, especialmente em serviços de postagem internacional, impactou significativamente a empresa, que viu uma redução de 12% nos faturamentos do ano anterior.
Os Correios também estão enfrentando aumento de despesas, com elevações em custos operacionais e de pessoal. Um plano foi criado para cortar R$ 1,5 bilhão em gastos até 2025.
Além disso, a estatal negocia um financiamento de R$ 3,8 bilhões com o NDB para projetos de modernização.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva considera urgentemente necessárias melhorias na situação financeira dos Correios. O temor atual é de que a empresa se torne dependente do Tesouro Nacional, o que acarretaria restrições orçamentárias.
Movimentos já são discutidos para evitar um cenário adverso, já que a história de dependência orçamentária não é inédita em estatais, como o caso da Telebras.