Em áudios, Bolsonaro critica acusação e rótulo de “extrema-direita”

Jair Bolsonaro expressa insatisfação com acusações e rótulos em mensagens trocadas antes da operação da PF. Os diálogos revelam sua interação com aliados e estratégias políticas pós-presidência.

Bolsonaro expressou sua preocupação sobre acusações de desvio de dinheiro e o rótulo de “extrema-direita” em mensagens de texto e áudio em seu celular, apreendido pela PF em 3 de maio de 2023, durante investigação sobre fraudes em certificados de vacina.

O conteúdo do aparelho, revelado pelo O Estado de S. Paulo, contém 7.268 arquivos, incluindo conversas de WhatsApp, documentos, áudios e vídeos.

Diálogo em destaque:

Em 28 de abril, com Fábio Wajngarten: Bolsonaro reagiu a uma notícia sobre a investigação das joias, chamando-a de “piada”.
Mensagens indicam que o empresário Paulo Junqueira custeou sua estadia nos EUA e cedeu a fazenda para a viagem de Bolsonaro à Agrishow 2023.
Em conversas com Adolfo Sachsida, ex-ministro, Bolsonaro sugeriu a participação dele na Agrishow, permitindo acesso à fazenda de Junqueira.
Bolsonaro criticou o rótulo de extrema-direita, comparando-se a Donald Trump e expressou confiança em vencer a “extrema-esquerda”.
Incentivou o deputado Hélio Lopes a assinar um pedido de abertura de CPI contra ministros do STF.
O ex-embaixador de Israel, Yossi Shelley, ofereceu a Bolsonaro uma viagem ao país, com custos cobertos, mas ainda sem resposta da esposa, Michelle.

Até o fechamento dessa matéria, a defesa de Bolsonaro, Wajngarten, Lopes, Shelley e Junqueira não se pronunciaram.