Em ato inédito, Mesa Diretora da Câmara pede suspensão de mandato de bolsonarista por ofender Gleisi
Câmara toma medidas contra Gilvan da Federal após ofensas à ministra Gleisi Hoffmann. Representação pede a suspensão do mandato e instauração de processo no Conselho de Ética.
Mesa Diretora da Câmara protocolou, na quarta-feira, representação contra o deputado Gilvan da Federal (PL-ES), solicitando a suspensão do mandado do parlamentar por ofensas à ministra Gleisi Hoffmann.
É a primeira vez que a direção utiliza uma prerrogativa para acelerar a punição de parlamentares.
O Conselho de Ética terá até três dias úteis para analisar o caso.
Se não houver manifestação, a representação será levada à votação no plenário.
A Mesa sugeriu a suspensão do mandato por seis meses, conforme avaliação da Corregedoria Parlamentar, que considerou as menções de Gilvan inadequadas ao padrão esperado de comportamento.
Além disso, a direção solicita a instauração de um processo para investigar a conduta do deputado, apontando que suas falas se enquadram nas hipóteses que podem levar à cassação do mandato.
A representação destaca que Gilvan fez insinuações "ultrajantes, desonrosas e depreciativas" sobre Gleisi, caracterizando abuso das prerrogativas parlamentares.
No dia anterior, durante uma reunião, Gilvan fez comentários sobre apelos e repasses irregularidades da Odebrecht, citando nomes de políticos, incluindo Gleisi como “Amante”, e disparou: "deveria ser uma prostituta do caramba".
Durante uma reunião de líderes, o deputado Lindbergh Farias provocou outros parlamentares sobre o episódio, recebendo apoio, e o presidente da Câmara, Hugo Motta, sinalizou que a Mesa agiria.