Em 8 idas ao G7, Lula reclamou do grupo e teve sugestões ignoradas
Lula se prepara para a 51ª Cúpula do G7 no Canadá, buscando reforçar a presença do Brasil nas discussões globais. Apesar das frustrações em encontros anteriores, o presidente mantém críticas ao modelo de governança do grupo e defende inclusão de economias emergentes.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará da 51ª Cúpula do G7 a partir de 16 de junho de 2025, no Canadá. Essa será sua 9ª participação no grupo dos 7 países mais industrializados em 11 anos de mandato.
Lula vê os convites como um reconhecimento internacional de seu governo e do Brasil no cenário global. No entanto, suas propostas não costumam ser aceitas. Em 8 participações, não conseguiu fechar acordos bilaterais e teve dificuldade em incluir suas sugestões nas declarações finais.
Desde sua primeira participação em 2003, Lula criticou a exclusão de economias emergentes nos debates. Em 2005, pediu aumentos na ajuda à África, mas a promessa de US$ 50 bilhões não foi totalmente cumprida. Em 2008, destacou a necessidade de diálogo entre países industrializados e o G5, sem resultados concretos.
Sua reeleição em 2022 trouxe críticas contínuas aos "blocos antagônicos" e à necessidade de reforma no Conselho de Segurança da ONU. Em 2023, defendeu diálogos de paz que incluíssem a Rússia na questão da Ucrânia, mas sem acolhimento do G7.
A Cúpula será realizada de 15 a 17 de junho, em Kananaskis, Alberta. Além do Brasil, países como África do Sul, Austrália, Coreia do Sul, Emirados Árabes, Índia, México e Ucrânia foram convidados. Temas incluem segurança energética e preservação de florestas.
Lula embarca de Brasília no dia 16 de junho, às 8h. Sua agenda inicial conta com um jantar de boas-vindas. No 17 de junho, participará da foto oficial e do debate geral, retornando ao Brasil na mesma noite. Até agora, apenas um encontro bilateral com o primeiro-ministro canadense Mark Carney está confirmado.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky expressou interesse em um encontro, ainda não agendado, mas que Lula está disposto a realizar. A única interação esperada entre Lula e Donald Trump será na reunião ampliada do grupo.