Em 1º de Maio sem Lula, sindicalismo enfrenta desafios com terceirização, digitalização e informalidade
O cenário atual do sindicalismo no Brasil é marcado pela pressão de mudanças globais e pela crescente informalidade no mercado de trabalho. Especialistas apontam que a pnmom forte fragmentação das relações trabalhistas e a crise de representatividade são desafios que exigem novas abordagens dos sindicatos.
Ausência de Lula marca Primeiro de Maio
No Primeiro de Maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não esteve presente nas celebrações, o que levantou a discussão sobre a perda de representatividade do movimento sindical no Brasil e no mundo.
Especialistas citam a fragmentação do trabalho, influenciada por plataformas digitais e mudanças nas relações trabalhistas, como fatores que contribuem para essa diminuição.
A diretora técnica do Dieese, Adriana Marcolino, aponta que a informalidade e a terceirização têm reduzido a quantidade e o tamanho das empresas, dificultando a manutenção da sindicalização. Ela destaca que apenas 77% dos sindicatos com trabalhadores assalariados conseguem fechar negociações coletivas.
A professora Olívia Pasqualeto, da FGV, ressalta que muitos trabalhadores se decepcionaram com a atuação dos sindicatos, que não abrangem as necessidades de diversos grupos e novos coletivos que representam outras pautas, como gênero e raça.
A disseminação do empreendedorismo e o crescimento da extrema direita também são fatores que afastam trabalhadores dos sindicatos, conforme analisa Andréia Galvão, da Unicamp.
Além disso, a reforma trabalhista de 2017, que validou a terceirização, eliminou a contribuição sindical obrigatória, evidenciando a fragilidade das organizações sindicais brasileiras, segundo Paulo Sérgio João, da PUC-SP.
A ausência de Lula, um ícone do sindicalismo, é vista como um sintoma do enfraquecimento das instituições sindicais, destacando a necessidade de reflexão sobre o papel dos sindicatos no atual cenário de transformações no mundo do trabalho.
Por fim, Fernando de Holanda Barbosa Filho, da FGV, enfatiza que os sindicatos enfrentam o desafio de adaptar suas estratégias ao novo mundo do trabalho, que inclui modelos como o trabalho híbrido e prestação de serviços por plataformas digitais.