Elite do agro reforça pragmatismo e minimiza posições políticas
Na Agrishow 2025, líderes do agronegócio defendem uma postura independente em relação a ideologias e ressaltam a importância de focar nos negócios. Apesar das doações a Bolsonaro, representantes destacam que as opiniões pessoais não refletem um consenso no setor.
A relação do agronegócio com Jair Bolsonaro é bem conhecida. Em 2022, 33 dos 50 maiores doadores da campanha presidencial do então presidente eram ligados ao setor. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) apoiou a sua reeleição.
No entanto, durante a Agrishow 2025, líderes do agro afirmaram que opiniões políticas individuais não representam o setor. João Marchesan, presidente da feira, destacou que o agricultor prioriza seu negócio e que a maioria não está alinhada a Bolsonaro.
Doadores significativos, como Hugo de Carvalho Ribeiro (R$ 1,2 milhão) e Oscar Luiz Cervi (R$ 1 milhão), também foram mencionados, mas o agronegócio estava presente mesmo em denúncias de tentativa de golpe contra Lula.
Os dirigentes enfrentam o tema com cautela. Gino Paulucci Junior, presidente da Abimaq, defendeu que o agro é plural e que não deve ser visto como uma entidade política. Ele elogiou a gestão Lula por buscar novos mercados internacionais para produtos do setor.
Marchesan reforçou que o agronegócio é independente de ideologias. Ele reconhece laços com o bolsonarismo, mas afirma que o governo anterior não trouxe inovações significativas para o setor.
Na Agrishow, a maioria dos políticos presentes é da oposição a Lula, incluindo nomes como Carla Zambelli e Ronaldo Caiado. O evento também contou com a presença do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do governador Helder Barbalho.
Marchesan enfatizou que o foco da feira é aumentar os negócios dos expositores, com uma meta de passar de R$ 13,8 bilhões em 2024 para R$ 15 bilhões em 2025.