Eletrobras completa 3 anos de privatização com entregas, mas ações patinam: por quê?
Eletrobras celebra três anos como empresa privada com redução de custos e aumento de investimentos, mas ações permanecem abaixo das expectativas de mercado. Desafios regulatórios e cenário econômico são citados como fatores que limitam a valorização dos papéis.
A Eletrobras (ELET3;ELET6) completa três anos como empresa privada, com reduções significativas em custos (18%), funcionários (27%) e passivos (R$ 13 bilhões).
A companhia aumentou os investimentos de R$ 4,6 bilhões em 2021 para R$ 7,7 bilhões em 2024 e encerrou uma disputa com o governo.
No entanto, as ações estão abaixo das expectativas iniciais, cotadas a R$ 41,03 enquanto o preço-alvo na época da privatização variava entre R$ 60 e R$ 70.
Fatores que impactam negativamente os papéis incluem:
- Sobreoferta de energia no setor elétrico;
- Conjuntura macroeconômica adversa;
- Ação do governo questionando limite de voto da Eletrobras.
Para Vitor Sousa, da Genial Investimentos, a ação do governo afetou o ritmo de mudanças necessárias na empresa, enquanto João Pimentel, do Citi, destaca os riscos políticos pela permanência da União como acionista com mais de 40% do capital.
Segundo Bernardo Viero da Suno Research, a falta de valorização se deve ao foco do mercado em renda fixa devido às altas taxas de juros.
Por outro lado, Ilan Arbetman, da Ativa, observa um “percalço” no desempenho operacional, mas acredita que a tese de crescimento se mantém forte.
A descotização de energia contratada deve impulsionar a companhia, mas o mercado atual tem mudado significativamente os preços futuros da energia, como menciona Wellington Senter da Fitch Ratings, levando a uma perspectiva de rating neutro.