Eletrobras aprova acordo com governo e confirma dividendos extraordinários
Governo aumenta influência na Eletrobras com três novos membros no conselho, enquanto acionistas aprovam distribuição recorde de dividendos. A mudança na gestão atende a demandas do presidente Lula e modifica obrigações de investimento da empresa.
Acionistas da Eletrobras aprovaram nesta terça-feira (29) um acordo que amplia a participação do governo na gestão da companhia.
Durante a assembleia, também foi confirmada a distribuição de dividendos extraordinários sobre o lucro de 2024.
O acordo já contava com amplo apoio de votos à distância antes da reunião e garante ao governo três cadeiras no conselho de administração da ex-estatal.
A maior presença do governo é uma demanda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde o início do seu terceiro mandato.
Medidado pelo STF, o acordo ainda isenta a Eletrobras da obrigação de investir na usina nuclear Angra 3.
Lula indicou Silas Rondeau, Maurício Tolmasquim e Nelson Hubner para as cadeiras do conselho. A votação do conselho ocorre ainda nesta terça.
Os demais acionistas deverão escolher entre sete vagas restantes com 11 candidatos: 7 sugeridos pela empresa e 4 apoiados por investidores privados.
A lista preferida pela administração conta com quatro candidatos detentores de 93 milhões de ações, enquanto os outros dois têm 66 milhões e 54 milhões. O candidato externo mais forte, Marcelo Gasparino, possui 40 milhões.
A assembleia também aprovou a distribuição de R$ 1,8 bilhão em dividendos, totalizando R$ 4 bilhões pelo lucro de 2024, que foi de R$ 10,4 bilhões. Este é o maior percentual de distribuição de dividendos da história da empresa.