Eleições na Venezuela: país elege 'governador' para território na Guiana que não controla
Chavismo reafirma poder ao conquistar quase todas as governanças estaduais e a maioria no Parlamento, apesar da baixa participação popular. Eleições para lideranças em Essequibo geram tensões entre Venezuela e Guiana, levantando questões sobre soberania e administração da rica região.
Chavismo vence eleições na Venezuela. Dez meses após a reeleição contestada de Nicolás Maduro, o partido governante garantiu 23 de 24 governos estaduais e maioria absoluta no Parlamento.
As eleições, realizadas no domingo, apresentaram baixa adesão e exclusão de muitos partidos de oposição.
Esta pleito teve importância histórica por marcar a eleição de autoridades em Essequibo, região rica em petróleo disputada com a Guiana há mais de um século.
As votações ocorreram fora da área em litígio, em uma circunscrição com 21,4 mil habitantes no estado de Bolívar. Neil Villamizar, do PSUV, foi eleito governador com 4,7 mil votos, representando 32% do eleitorado.
Maduro celebrou a vitória, afirmando que a eleição representa “o poder do chavismo” e a estabilidade da Venezuela.
No entanto, o mandato será simbólico, já que a Guiana administra a região de Essequibo, com aproximadamente 160 mil km².
O presidente guianense, Irfaan Ali, denunciou a eleição como uma “ameaça” e a Corte Internacional de Justiça pediu que a Venezuela se abstivesse de fazer comícios na área.
Maduro, em resposta, declarou que a Guiana terá que “aceitar a soberania da Venezuela” e insinuou que Ali, “funcionário da ExxonMobil”, deverá dialogar com ele sobre a questão.