Efeito Trump: veja por que a Embraer é apontada no mercado como a mais afetada pelo tarifaço
Impacto da tarifa de 50% do governo Trump afeta diretamente as ações de empresas brasileiras, com destaque para a Embraer. Setores como bens de capital e varejo devem enfrentar os maiores desafios, enquanto exportadoras de commodities apresentam menor exposição ao mercado americano.
Impacto das Tarifas de 50% de Trump ao Brasil:
A tarifa de 50% anunciada por Donald Trump gerou rápidas reavaliações entre analistas e investidores sobre os impactos econômicos.
Os analistas dos grandes bancos concordam que o setor de bens de capital, especialmente a Embraer, sofrerá os maiores danos, enquanto as exportadoras de commodities devem ser menos afetadas.
As ações da Embraer caíram 8,4% em seu primeiro dia após o anúncio, finalizando a sessão com uma queda de 3,70%, cotadas a R$ 75,32.
O Itaú estima que 60% das receitas da Embraer vêm da América do Norte, com três quartos dessas possivelmente sujeitos às tarifas, podendo gerar um impacto de US$ 70 milhões em custos.
O Jefferies aponta que um único jato pode ter um aumento de US$ 350 milhões devido às tarifas. No entanto, a presença de componentes feitos nos EUA pode mitigar esse impacto.
Outras empresas do setor, como Tupy, Weg e Mahle Metal Leve, também poderão sentir os efeitos, embora possam realocar a produção para evitar tarifas.
No varejo, as empresas Azzas e Alpargatas estão entre as mais impactadas.
Commodities: As exportadoras de commodities devem ter um impacto limitado, devido à sua baixa exposição aos EUA. Por exemplo, o frigorífico Minerva viu suas ações caírem 9,5%, mas tem produção na Argentina e no Uruguai que ajuda a mitigar os efeitos.
No setor de etanol, a menor pegada de carbono do produto brasileiro alivia a percepção de impacto. Já a Suzano enfrenta um cenário similar, com 15% de sua receita vinda dos EUA.
Na mineração, a Gerdau se beneficia por já ter operações nos EUA, enquanto CSN e Usiminas já sentem os efeitos das tarifas.
Para o setor de óleo e gás, os impactos são vistos como facilmente mitigáveis pela redistribuição dos fluxos de exportação.
Por fim, os analistas alertam sobre a incerteza nas tarifas aplicadas, sugerindo que mudanças podem ocorrer nas negociações entre os EUA e o Brasil.