Economistas do Itaú sugerem taxar bets e criptomoedas para compensar recuo no IOF
Economistas do Itaú sugerem alternativas para compensar a perda de arrecadação com o recuo do IOF, incluindo a taxação de apostas esportivas e criptomoedas. O governo ainda avalia as medidas que podem ser adotadas para manter a estabilidade fiscal e a confiança dos investidores.
São Paulo (Reuters) – Economistas do banco Itaú propuseram, na quarta-feira (28), medidas para compensar a perda de arrecadação com a redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Eles sugeriram:
- Maior taxação de apostas esportivas;
- Implementação do IOF sobre transações com criptomoedas;
- Elevação de receitas com dividendos em orçamento.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou um impacto estimado de R$ 6 bilhões na arrecadação — R$ 2 bilhões neste ano e R$ 4 bilhões em 2026 — devido ao recuo de parte do plano do IOF.
Haddad deve decidir sobre a compensação até o fim da semana. O secretário do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que avaliarão alternativas ao decreto do IOF.
Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú, comentou sobre a necessidade de taxar apostas esportivas, comparando-as a cigarros e bebidas. Ele também criticou a isenção do setor de criptomoedas.
Pedro Schneider reforçou que as sugestões visam reduzir distorções e sugeriu aumentar a previsão de receitas com dividendos e leilões de petróleo.
As mudanças no IOF enfrentaram resistência, gerando desconfiança entre investidores e inibindo a entrada de capital no Brasil. Schneider destacou que aumentar a tributação tem limites e pode afetar a arrecadação.
O governo anunciou aumentos no IOF junto a um plano de contenção de R$ 31,3 bilhões nas despesas dos ministérios para cumprir a meta de déficit primário zero.
Os economistas do Itaú alertaram que, com o atual arcabouço, a dívida pública deve continuar crescendo. Eles ressaltaram a necessidade de estabilizar e reduzir a dívida para retomar o grau de investimento e melhorar o custo de capital.