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Economia do cuidado: mulheres ganhariam mais R$ 834 por mês se fossem remuneradas por trabalho doméstico

Pesquisa revela que, se remunerado, o trabalho doméstico feminino no Brasil geraria uma renda anual de R$ 905 bilhões. A desigualdade na divisão das tarefas de casa entre gêneros se reflete na sobrecarga das mulheres, segundo o Instituto Locomotiva.

Mulheres no Brasil poderiam ganhar R$ 834 a mais por mês se o trabalho doméstico fosse remunerado, aponta pesquisa do Instituto Locomotiva, baseada em dados do IBGE.

A estimativa é de uma massa de rendimento anual de R$ 905 bilhões, considerando o tempo que mulheres com 14 anos ou mais dedicam a atividades como limpeza e preparo de refeições.

Em média, elas passam 21,3 horas por semana nessas tarefas, o dobro do tempo dos homens. O cálculo consultou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC).

Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, afirmou que quantificar esse valor é fundamental para reconhecer a importância do trabalho doméstico. Ele ressalta a necessidade de uma divisão mais justa das responsabilidades domésticas entre homens e mulheres.

A Organização Mundial do Trabalho (OIT) estima que 748 milhões de pessoas estão fora do trabalho formal devido a responsabilidades de cuidado, das quais 708 milhões são mulheres.

Percepção dos brasileiros:

  • 91% acreditam que mulheres se preocupam mais com a rotina de cuidados;
  • 91% reconhecem o cansaço das mulheres por jornadas acumuladas;
  • 85% das mulheres se consideram responsáveis pela organização da casa contra 54% dos homens;
  • Disparidade também ocorre no preparo de refeições (81% x 52%) e na limpeza (79% x 44%).
  • Pesquisa entrevistou 1.200 pessoas entre 7 e 20 de janeiro, em todo o Brasil.

Meirelles destaca que essa desigualdade se deve a hábitos culturais, resultando em jornadas duplas ou até triplas para as mulheres. Ele aponta que uma divisão mais equilibrada poderia impulsionar renda, consumo e o crescimento econômico.

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