HOME FEEDBACK

E se o 'TACO' acertar na nossa cabeça?

Investidores devem estar atentos às tensões diplomáticas entre EUA e Brasil que ameaçam o mercado. A cautela se torna essencial diante das incertezas econômicas e políticas que podem impactar os ativos brasileiros.

Atuação no Mercado Financeiro

Em breve, completo 38 anos de atuação no mercado financeiro. Mesmo após tanto tempo, continuo surpreso com as idiossincrasias e crenças, como o TACO (Trump Always Chicken Out), que se refere às decisões do presidente americano sobre o Brasil.

Recentemente, Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, mas os mercados reagiram indiferentemente, com movimentos modestos em ativos de risco. A previsão é de que o PIB do Brasil sofra entre 0,2% e 0,4% em 12 meses.

Entre segunda e quarta, a bolsa subiu 2% e o dólar caiu 1,5%, ignorando os fundamentos. Com a data da taxação se aproximando, minha expectativa é de que Trump não recue, conforme relatórios anteriores.

As relações diplomáticas entre o Brasil e os EUA estão em declínio, e temo que a recente "paixão" dos investidores pelos ativos brasileiros possa acabar. O cenário fiscal atual e a possibilidade de uma reeleição conturbada de Lula merecem atenção.

Os investidores estrangeiros compraram ativos brasileiros com a expectativa de uma mudança política, mas a instabilidade atual pode levar a uma saída abrupta de recursos, aumentando a pressão sobre o dólar e a inflação.

É fundamental ter cautela. Os investidores devem ajustar suas expectativas e considerar os riscos geopolíticos. Ignorar a realidade pode acarretar altos custos, especialmente em tempos de euforia irracional.

Alexandre Espirito Santo, Sócio e Economista-Chefe da Way Investimentos.

Leia mais em valorinveste