É possível rastrear operações de câmbio suspeitas de informação privilegiada sobre tarifaço de Trump? Analistas respondem
AGU solicita investigação sobre movimentações financeiras suspeitas em meio a ameaça de tarifas dos EUA. Indícios apontam para possível insider trading relacionado ao dólar e à desvalorização do real.
AGU pede investigação ao STF sobre possíveis investimentos suspeitos no Brasil relacionados ao aumento de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, anunciados pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
A solicitação surgiu após reportagem do Jornal Nacional, que apontou movimentações bilionárias no mercado de câmbio no dia 9 de julho, quando a nova medida foi divulgada, levando à desvalorização do real.
A AGU, sob a liderança do ministro Jorge Messias, suspeita de insider trading devido à movimentação atípica de dólares, o que é um crime. Gestores de renda fixa sugerem que as operações podem ser rastreadas.
Pedro Ros, CEO da Referência Capital, admite que o uso de informações privilegiadas pode ocorrer em várias jurisdições, mas destaca a dificuldade em comprovar a origem da informação. Ele aponta que o mercado é monitorado por órgãos como o Banco Central e a Receita Federal.
Mary Elbe Queiroz acredita que a força-tarefa poderá investigar as transações, dada a possibilidade de rastreamento em acordos internacionais, embora a origem da informação privilegiada seja o principal desafio.
Por outro lado, o professor Pedro Tremacoldi-Rossi considera baixa a chance de insider trading em grande escala no mercado de câmbio, devido ao seu volume expressivo de transações. Ele argumenta que movimentos significativos seriam facilmente detectáveis.
As movimentações atípicas, segundo ele, geralmente ocorrem de forma silenciosa por insider traders para evitar chamar a atenção do mercado.