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‘É possível que os EUA caminhem para um estado de estagflação’, diz pesquisador da FGV

Economista alerta que tarifas de Trump podem levar os EUA à estagflação. Impactos na economia mundial incluem queda na produtividade e aumento da incerteza.

Samuel Pessôa, economista associado do FGV/Ibre, prevê que em seis meses, os Estados Unidos sentirão os efeitos das tarifas de Donald Trump, resultando em estagflação e inflação elevada.

Ele destaca que os empregos prometidos não retornarão devido ao avanço tecnológico e à robotização da produção.

A situação é crítica para trabalhadores de escolaridade média, que não têm habilidades para competir no setor de serviços de tecnologia, dominado por gigantes como Apple, Microsoft e Google.

Pessôa questiona a eficácia da guerra comercial de Trump, afirmando que as medidas podem desorganizar a produção global e provocar perda de produto, especialmente nos EUA.

Ele observa que não houve uma verdadeira perda da indústria, pois os EUA se especializaram em serviços sofisticados, enquanto a mão de obra com baixa qualificação e a educação pública inadequada são problemas persistentes.

A estratégia de Trump é vista como amadora e focada em reconstruir a indústria como nos anos 1950, o que Pessôa considera irrealista.

Embora seja difícil prever se Trump irá recuar nas tarifas devido a possíveis retaliações da China e da União Europeia, ele pode ser influenciado pela necessidade de gerar receitas fiscais.

O Brasil, sendo um país fechado ao comércio, pode estar mais protegido neste momento, mas ainda assim, pagamos um alto custo por isso.

No cenário mundial, as medidas de Trump podem resultar em queda de produtividade e gerar recessão global, com uma certa estagflação devido à desorganização da oferta e queda da demanda.

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