É hora de mexer as peças no tabuleiro dos investimentos internacionais
Análise do primeiro semestre revela impactos das políticas de Trump e tendências nos mercados globais. Investidores devem considerar diversificação de ativos frente à queda do dólar e valorização do real.
Primeiro semestre intenso com diversos movimentos geopolíticos impactou carteiras de investidores globalmente.
É crucial realizar uma análise detalhada dos principais eventos dos primeiros seis meses do ano e considerar rebalanceamentos nas alocações internacionais.
Políticas dos EUA sob Donald Trump:
- Tarifas: média de 18%, impactando a China com 30% a mais.
- Imigração: impacto inicial negativo na oferta de trabalho e queda na criação de vagas.
- Fiscal: orçamento aumentando déficit, com aprovação da OBBB (One Big Beautiful Bill).
Mesmo com mercados acionários voltando às máximas, esperam-se volatilidade e ganhos limitados.
Reações globais:
- Europa: aumento de gastos em infraestrutura e armamentos.
- Japão: fim da deflação, juros subindo e novos gastos em defesa.
- China: foco renovado em tecnologia, com lançamento do DeepSeek.
O dólar valorizado, tendo atingido seu nível mais alto desde os anos 80, resultou em desvalorização em relação ao Euro e outras moedas. Em 2023, o Euro se valorizou 13% e o DXY 10%.
Próximos passos:
- Expectativa de enfraquecimento contínuo do dólar.
- Investidores brasileiros devem considerar maior diversificação e ativos em outras moedas.
Ativos domésticos se beneficiam da valorização do Real, controlando inflação e atraindo investimentos.
Cenário de dólar fraco pode levar a uma apreciação maior do Real e impactos positivos nas projeções de inflação.
Com a recente tarifa de 50% sobre o Brasil, é fundamental monitorar os desdobramentos.
A pausa do meio do ano é um bom momento para reposicionar sua carteira internacional de investimentos.
Nicholas McCarthy é diretor de estratégia de Investimentos do Itaú Unibanco.