‘É difícil imaginar que o Vaticano irá de um extremo a outro’
A escolha do próximo papa será influenciada pelas reformas e gestos de abertura do papa Francisco, que geraram divisões na Igreja. Especialistas apontam que italianos têm destaque entre os possíveis sucessores e levantarão questões sobre a continuidade dessas mudanças.
Os gestos de abertura do papa Francisco influenciarão a escolha do próximo papa, conforme afirma Gian Luca Potestà, professor emérito de História do Cristianismo. Ele acredita que é improvável que o Vaticano escolha um papa conservador. Potestà destaca que italianos têm mais chances nesse conclave, citando três nomes:
- Pierbattista Pizzaballa - Patriarca Latino de Jerusalém, conhecido por sua voz crítica em relação a Israel.
- Pietro Parolin - Secretário de Estado, diplomata prudente e alinhado com Francisco.
- Matteo Zuppi - Arcebispo de Bolonha, envolvido em esforços de paz globais.
Potestà menciona que Francisco se distanciou de setores tradicionalistas da Igreja, gerando divisões e resistência, especialmente em relação a questões como homossexualidade e o papel das mulheres. Ele ressalta a crítica de Francisco ao clericalismo e a necessidade de recuperar grupos insatisfeitos sem retroceder.
Apesar das mudanças promovidas por Francisco, a Cúria Romana ainda apresenta desafios significativos. Potestà aponta que a próxima escolha do papa poderá ser influenciada pelas condições geopolíticas e pelo equilíbrio financeiro da Igreja, que depende de contribuições. Ele sugere que se um papa italiano for escolhido, sua familiaridade com a Cúria pode facilitar reformas.
Sobre a possibilidade de um papa de outras origens, Potestà considera que um papa asiático pode ser viável, mas a possibilidade de um papa africano é menos provável devido a adversários de Francisco dentro do continente. Ele menciona a importância do carisma pessoal do próximo papa, comparando as reações de figuras religiosas populares e criticando a natureza burocrática da Igreja e a perda de fiéis.
Conclusão: O próximo papa terá uma missão de manter a linha de inclusão e defesa dos pobres, características marcantes de Francisco, e enfrentará o desafio de reverter o afastamento da religião no mundo contemporâneo.