'É como negociar com o cano do revolver na cabeça', diz Celso Amorim sobre investigação do Brasil aberta por Trump
Investigação tímida dos EUA gera crise nas relações comerciais com o Brasil. Abertura repentina da Seção 301 foi considerada uma ameaça injustificada pelo governo Lula.
Abertura de investigação pelos EUA contra o Brasil por práticas comerciais injustas gera crise no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente Donald Trump ordenou a ação, enquanto o Brasil tentava negociar tarifas de 50% anunciadas anteriormente.
O ex-ministro Celso Amorim classificou a investigação como uma ameaça injustificada, levando as relações entre os dois países a um nível crítico.
A investigação da Seção 301 foca em questões como:
- Comércio digital e serviços de pagamento eletrônico
- Tarifas preferenciais injustas
- Interferência em medidas anticorrupção
- Proteção à propriedade intelectual
- Acesso ao mercado de etanol
- Desmatamento ilegal
Amorim destacou que a inoperância da OMC agrava o conflito e criticou a abertura da investigação, que surpreendeu autoridades brasileiras que buscavam diálogo com os EUA.
Em resposta, o governo brasileiro enviou uma carta solicitando negociações, reiterando interesse em um acordo bilateral para mitigar os impactos das tarifas.
A situação foi complicada por comentários do secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, que advertiu sobre possíveis sanções secundárias a Brasil, China e Índia por compra de petróleo da Rússia.
Amorim também reprovou a intervenção da OTAN, enfatizando a importância de uma postura responsável.
Na atualidade, a prioridade do governo brasileiro é encontrar uma solução para evitar as tarifas e não se desviar do foco com debates desnecessários.