É a volta do efeito Orloff?
Argentina adota regime de bandas cambiais em busca de estabilidade econômica, levando à comparação com a experiência do Brasil durante o Plano Real. Especialistas alertam para os riscos desse modelo, relembrando lições do passado e as dificuldades que podem surgir no atual cenário global.
O efeito Orloff — que sugere que a economia brasileira reflita a argentina e vice-versa — pode estar de volta, desta vez com a Argentina experimentando um controle cambial já vivido pelo Brasil.
O novo regime cambial argentino, mais aberto e liberal, permite flutuação do dólar dentro de um intervalo entre 1.000 e 1.400 pesos. No Brasil, a administração da taxa de câmbio foi crucial para o sucesso do Plano Real. O Brasil já havia experimentado um regime de bandas entre 1994 e 1999, que posteriormente se tornou insustentável.
Embora algumas restrições permaneçam, como a taxação de 30% sobre gastos em viagens ao exterior, houve liberdade para a compra de dólares por cidadãos argentos, anteriormente limitada a US$ 200 por mês.
O Banco Central argentino implementou o novo esquema após esforços significativos para reunir reservas, necessitando de financiamento de multilaterais e da China. A cotação do dólar tem se mantido em torno de 1.200 pesos por dólar.
Riscos à vista: A economia mundial, influenciada por pressões inflacionárias e políticas econômicas erráticas, pode complicar a eficácia do novo regime de bandas na Argentina, levantando preocupações sobre a possibilidade do efeito Orloff atormentar novamente os argentinos.