HOME FEEDBACK

Drusos retomam controle de Sweida, cidade no sul da Síria

Conflitos entre drusos e forças tribais na Síria resultam em mais de 940 mortes em uma semana. O governo sírio enfrenta dificuldades em instaurar um cessar-fogo efetivo na província de Sweida.

Combatentes drusos repeliram neste sábado (19) os grupos armados rivais na cidade de Sweida, no sul da Síria, após anúncio de um cessar-fogo pelo governo, buscando interromper uma violência que resultou em 940 mortos em menos de uma semana.

Os combates continuam em outras áreas da província de Sweida, com drusos enfrentando beduínos e forças tribais sunitas, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Mesmo com o cessar-fogo "imediato" anunciado pelas autoridades, os combates persistiram. Em um bairro da cidade, forças tribais foram filmadas disparando armas automáticas. Um combatente com a profissão de fé islâmica usava uma faixa preta, enquanto outro usava uma tesoura, simbolizando um grande insulto aos drusos.

Uma contraofensiva drusa obrigou os combatentes tribais a se retirarem de Sweida na mesma noite. O porta-voz do Movimento dos Homens Dignos confirmou que "não há mais beduínos na cidade". No entanto, ainda ocorrem combates em outras partes da província, na localidade de Ariqa.

O ministro da Informação sírio reconheceu que o cessar-fogo é "frágil" e que a primeira fase da implementação, com o envio de forças de segurança, já começou. A segunda fase prevê a abertura de corredores humanitários para evacuação de civis e feridos.

O governo sírio, buscando restaurar a ordem, enviou forças à província, mas as retirou devido à pressão militar de Israel, que bombardeou alvos em Damasco, afirmando querer proteger os drusos.

Os Estados Unidos anunciaram um acordo de cessar-fogo na sexta-feira, pedindo que drusos, beduínos e sunitas deponham as armas. A União Europeia aprovou o cessar-fogo e pediu diálogo.

Desde 13 de julho, os conflitos deixaram 940 mortos, incluindo 588 drusos, e 87 mil pessoas foram deslocadas, segundo a Organização Internacional de Migração (OIM).

O hospital público de Sweida está em situação precária, com mais de 400 corpos recebidos nos últimos dias. Funcionários afirmaram que o local se transformou em "uma vala comum".

Os conflitos representam um grande desafio para o novo governo sírio, que prometeu proteger as minorias em um país afetado por quase 14 anos de guerra civil.

Leia mais em folha