Dores no corpo e 4 kg a menos: Glauber Braga completa uma semana em greve de fome na Câmara
Glauber Braga entra na segunda semana de greve de fome em protesto contra a possível cassação de seu mandato. O deputado é acusado de quebrar o decoro parlamentar após um incidente com um militante em abril de 2024.
Deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) completa uma semana em greve de fome, perdendo cerca de quatro quilos. Ele sente dores no corpo e está sendo acompanhado por uma equipe médica.
Braga está acampado no plenário 5 da Câmara desde 9 de outubro, após o Conselho de Ética aprovar parecer pela cassação de seu mandato, com 15 votos a 3. Ele é acusado de quebra de decoro parlamentar.
Aliados defendem solução alternativa para o caso. Vários deputados, incluindo líderes da oposição, manifestaram-se contra a cassação. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), sugeriu uma suspensão de seis meses em vez de cassação.
A CUT e outras centrais sindicais publicaram manifesto em apoio a Braga, alegando que a cassação é injusta. Juristas também assinaram uma carta aberta, afirmando que a perda de mandato poderia representar um risco à democracia.
O processo foi movido pelo partido Novo, que acusa Braga de agredir um membro do Movimento Brasil Livre (MBL). A discussão ocorreu em abril de 2024, relacionada a uma audiência pública.
Braga e aliados afirmam que a decisão do Conselho de Ética está ligada à sua postura combativa em relação ao ex-presidente da Casa Arthur Lira e críticas ao orçamento secreto.
Braga pode recorrer da decisão para a CCJ, com prazo até 22 de outubro. A cassação do mandato requer votação no plenário, precisando de maioria simples para ser aprovada.
A carta dos juristas destaca que a cassação pode ser uma punição com viés político, apontando que em casos semelhantes, outras representações foram arquivadas ou punidas com penalidades graduais.
A carta conta com assinaturas de diversos professores, advogados e representantes de entidades jurídicas, incluindo o ex-ministro Tarso Genro.