Dólar inicia pregão ainda de olho nas contas públicas do Brasil, e em dia de decisão de juros na Europa
Dólar inicia o dia sob pressão após frustrações com medidas fiscais do governo. Expectativa de cortes de juros na Europa e o impacto das tarifas dos EUA também afetam os mercados.
Dólar em queda e cautela nos mercados
O dólar inicia o pregão desta quinta-feira (5) com investidores cautelosos devido à falta de medidas concretas para equilibrar as contas públicas do Brasil. O governo enfrenta pressão para derrubar o aumento do IOF, mas o pacote fiscal será apresentado apenas na próxima semana.
No exterior, os investidores aguardam um possível corte de juros na zona do euro. O Banco Central Europeu pode reduzir sua taxa para 2% ao ano, com expectativas sobre declarações da presidente Christine Lagarde.
A política comercial dos Estados Unidos também é monitorada. O presidente Donald Trump dobrou as tarifas sobre importações de aço e alumínio, o que reacende preocupações sobre a inflação e a possibilidade de uma recessão global. A OCDE já anunciou a redução da projeção de crescimento econômico global para 2,9% em 2025 e 2026 devido a essas tensões.
De acordo com dados, o dólar acumula -1,28% esta semana e -8,66% no ano. Já o Ibovespa tem um leve 13,90% de alta no acumulado do ano.
Novos dados nos EUA indicam uma desaceleração no mercado de trabalho, com o setor privado criando apenas 37 mil vagas em maio, abaixo das expectativas. Trump pressionou o Fed para uma redução nas taxas de juros, citando dados de inflação e uma economia em risco de crescimento lento.
No Brasil, a crise em torno do aumento do IOF continua a causar instabilidade. Após reações negativas do mercado, o governo buscou negociar uma alternativa em um prazo de dez dias com os líderes do Congresso. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que a proposta alternativa será divulgada na próxima semana.
Até lá, a alta do IOF permanece em vigor, enquanto o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, critica o uso do imposto para arrecadação.