Dólar abre em forte alta após queda no dia seguinte às tarifas de Trump
Dólar sobe 1,82% após anúncio de tarifas pelos EUA, enquanto analistas preveem impactos na economia global. Retaliações por parte de países como a China e o México também estão em pauta, elevando os temores de uma guerra comercial.
Dólar à vista abre em alta nesta sexta-feira (4), após registrar queda de 1,17% no dia anterior, influenciado por tarifas dos EUA.
Às 9h08, a moeda americana subia 1,82%, cotada a R$ 5,7313. Na quinta-feira, fechou em R$ 5,629, enquanto a Bolsa caiu 0,03%.
O dia foi marcado pela repercussão das tarifas anunciadas por Donald Trump, que implementou taxas de 10% sobre todas as importações e taxas mais altas para parceiros comerciais, como 34% sobre a China e 20% sobre a União Europeia.
Análises indicam que o tarifaço pode elevar a inflação e distorcer cadeias de suprimentos. O Federal Reserve poderá ser forçado a manter juros altos, exacerbando uma possível estagflação.
Os índices de Wall Street tiveram o pior dia desde 2020, com o Dow Jones caindo 3,98% e o S&P 500 4,84%.
Na Ásia, bolsas como Shenzhen e Tóquio também registraram quedas. O índice do dólar despencou 1,6%, o maior declínio diário desde 2022.
A China anunciou retaliações de 34% sobre bens dos EUA a partir de 10 de outubro. Outros países, como Coreia do Sul e México, buscam adiar contramedidas, enquanto Emmanuel Macron pede suspensão de investimentos nos EUA.
O presidente Lula afirmou que o Brasil tomará medidas para proteger suas empresas. Economistas veem as taxas de 10% como "baratas" para o Brasil, que pode se beneficiar do rearranjo comercial, especialmente no setor de commodities.
Com a percepção de menor impacto das tarifas e preços baixos de ativos no Brasil, há um aumento no fluxo de investimentos, atraídos pelo diferencial de juros e pela competitividade do real.