Dólar abre à espera de Haddad após recuo na alta do IOF
O mercado financeiro reage ao bloqueio orçamentário de R$ 31,3 bilhões anunciado pelo governo, visando o controle fiscal e um aumento do IOF. Analisando os impactos, investidores demonstram cautela diante do cenário fiscal e das medidas temporárias implementadas.
Dólar e Medidas Fiscais
O dólar iniciou o pregão desta sexta-feira (23) em resposta ao discurso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O governo anunciou um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento de 2023 e um aumento do IOF para arrecadar R$ 20,5 bilhões a mais neste ano.
O IOF foi zerado para aplicações em fundos nacionais no exterior, mantendo a alíquota zero nesses casos. Apesar do bloqueio ser visto como positivo, as despesas foram revisadas para cima, com o aumento do IOF considerado uma medida temporária.
Desempenho do Dólar
No fechamento, o dólar subiu 0,32%, cotado a R$ 5,6614. Nas últimas semanas, a moeda acumula:
- Recuo de 0,13% na semana;
- Queda de 0,27% no mês;
- Perda de 8,39% no ano.
Mercados Financeiros
O Ibovespa operou com a seguinte performance:
- Queda de 1,38% na semana;
- Aumento de 1,63% no mês;
- Ganho de 14,12% no ano.
O bloqueio no orçamento foi necessário para atender ao novo arcabouço fiscal e cumprir a meta fiscal de zerar o déficit, que soma R$ 43 bilhões para 2024.
Aumento do IOF
O IOF terá novas alíquotas para operações de crédito, visando aumentar a arrecadação:
- 0,95% na contratação de crédito por empresas;
- Alíquota de 3,5% para operações cambiais.
Cenário Fiscal dos EUA
A Câmara dos Deputados dos EUA aprovou o One Big Beautiful Bill Act, que propõe cortes de impostos e pode adicionar US$ 3,8 trilhões à dívida americana.
A crise fiscal nos EUA é refletida no mercado, com investidores vendendo ativos americanos. A agência Moody's rebaixou a nota de crédito dos EUA diante de déficits fiscais crescentes.
Indicadores Globais
Os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA caíram para 227 mil, indicando crescimento constante do emprego. A venda de moradias usadas caiu inesperadamente, refletindo incertezas econômicas.
Na Ásia, o Banco do Japão não planeja intervenções no mercado de títulos. Na Europa, o banco central alemão prevê estagnação da economia neste trimestre devido a tarifas dos EUA e novas políticas de gastos.