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Doge de Elon Musk é vitrine ideológica e não serve de exemplo para o Brasil, dizem especialistas

Críticas ao Doge destacam que a experiência liderada por Elon Musk falhou em efetivar reformas significativas na administração pública dos EUA. Especialistas apontam que a falta de compreensão sobre a complexidade do sistema governamental comprometeu os objetivos de eficiência do departamento.

Elon Musk deixou sua posição no Doge (Departamento de Eficiência Governamental) dos EUA, que foi criticado por ser uma ação midiática mais do que uma reforma efetiva. Vera Monteiro, da FGV, relaciona a experiência com a PEC 32 do Brasil, que tentava reformar a administração pública, mas não avançou.

A estrutura do Doge, segundo Rafael Leite, serve como exemplo negativo ao tentar reformar o Estado. Ele descreve o departamento como uma combinação de redes formal e informal, embora a descentralização possa ser uma referência para o Brasil.

Além de Musk, o assistente Steve Davis também saiu, impactando a capacidade de atrair talentos em tecnologia. Donald Moynihan, da Universidade de Michigan, prevê que o futuro do Doge será de menor influência ou até fechamento.

Inicialmente, o Doge prometeu cortes de até US$ 2 trilhões, depois reduziu essa expectativa para US$ 1 trilhão, alcançando cortes de apenas US$ 175 bilhões.

Sahil Lavingia, ex-funcionário do Doge, revelou a falta de entendimento das regras da administração pública. Sua demissão ocorreu após uma entrevista e ele ficou surpreso ao descobrir as normas sobre demissões.

Segundo Moynihan, as economias significativas não foram alcançadas porque a administração pública não era tão ineficiente como se imaginava. O Doge, segundo Diogo Costa, promoveu demissões ideológicas, resultando na saída de cerca de 82 mil funcionários, com planos para mais 150 mil.

O governo federal dos EUA possui aproximadamente 2,3 milhões de funcionários civis. A meta não oficial do Doge é de até 700 mil cortes.

Consequências dessas demissões estão sendo sentidas, como atrasos na Administração Federal de Aviação e problemas em aeroportos, como o de Newark.

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