Diversidade avança a passos largos no setor de mineração
Mineradoras enfrentam desafios em diversidade de gênero e raça, com avanços modestos em cargos de liderança. Relatório indica que a paridade de gênero na mineração só será alcançada em 2038, caso o ritmo atual permaneça.
A agenda de diversidade e inclusão nas mineradoras brasileiras avança lentamente, especialmente em cargos de comando, enquanto empresas americanas enfrentam pressões para desmantelá-la sob o governo de Donald Trump.
O relatório anual da Women in Mining Brasil (WIM) revela que, em 2024, 90% das 50 empresas associadas têm programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), mas apenas 22% das vagas são ocupadas por mulheres. Em 2023, esse número era 21%, e estima-se que a paridade de gênero só ocorrerá em 2038.
Patrícia Procópio, diretora-presidente da WIM, destaca que promover equidade de gênero deve ser uma medida transformadora, e não uma estratégia de marketing.
A participação feminina em cargos de chefia é baixa: apenas 24% nas gestões corporativas, 10% nas gerenciais e 20% nos grupos executivos. O interesse por crescimento de carreira entre mulheres aumentou, indo de 11% em 2022 para 31% em 2023.
A participação de profissionais negros também é preocupante; Camila Silva Chaves, do coletivo Quantos, aponta que eles representam 65% em algumas empresas, mas predominam em funções operacionais.
A Alcoa reporta que mulheres são 26% dos trabalhadores e 33% ocupam cargos de liderança. A empresa se compromete com recrutamento ativo e programas de aceleração de carreira para melhorar a inclusão.