Disparos de Israel perto de centros de ajuda em Gaza voltam a matar dezenas, dizem palestinos
Disparos do Exército israelense em áreas de distribuição de ajuda em Gaza resultam em numerosas vítimas civis. A situação crítica agrava-se com o aumento da fome e desnutrição entre a população palestina.
Exército israelense disparou perto de centros de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, resultando em 93 palestinos mortos e dezenas de feridos neste domingo (20), conforme informações da Defesa Civil controlada pelo Hamas.
Segundo o porta-voz Mahmoud Bassal, as vítimas estavam em busca de ajuda nas regiões norte, noroeste e sudoeste.
O Programa Mundial de Alimentos da ONU informou que uma caravana de 25 caminhões com alimentos entrou em Gaza e encontrou "imensas multidões de civis famintos sob disparos".
O Exército israelense negou o balanço da Defesa Civil e alegou ter realizado "disparos de alerta" devido à aglomeração.
Testemunhas, como Qassem Abu Khater, relataram que os tanques dispararam indiscriminadamente, causando pânico e mortes. "Devo salvar um ferido ou garantir comida para minha família?", questionou ele.
Desde que a FHG (Fundação Humanitária de Gaza) começou a operar, ataques desse tipo tornaram-se comuns. A ONU registrou 875 assassinatos nas últimas seis semanas próximos aos pontos de ajuda.
A FHG distribui alimentos desde maio, enfrentando críticas sobre sua transparência. Recentemente, o chefe da fundação, Jake Wood, pediu demissão, citando dificuldades em seguir princípios humanitários.
Antes da operação, autoridades israelenses afirmaram que verificariam o envolvimento das famílias com o Hamas, alegando que a distribuição anterior pela ONU permitiu saques de ajuda.
A Defesa Civil identificou um aumento nas mortes de bebês por fome e desnutrição, com pelo menos três mortes de crianças na última semana. "Nossas crianças morrem e gritam por comida", lamentou Ziad Mousleh, um pai de 45 anos.