Diretor-geral e ex-número dois da Abin prestam depoimento à PF nesta quinta-feira
Depoimentos sobre a "Abin paralela" vão investigar espionagens e possíveis obstruções de justiça. Corrêa e Moretti estão no centro das apurações que envolvem autoridades e informações sigilosas.
Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), prestará depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (17). O foco é a suposta estrutura paralela instaurada no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além de Corrêa, também será ouvido Alessandro Moretti, ex-diretor adjunto da Abin. Os depoimentos ocorrerão às 15h na sede da PF em Brasília.
A PF investiga se a Abin espionou autoridades, jornalistas e advogados durante o governo Bolsonaro e se houve obstrução das investigações na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Moretti foi demitido devido a essas suspeitas.
O esquema de espionagem visava, entre outros objetivos, proteger os filhos de Bolsonaro em casos judiciais, minar a confiança no sistema eleitoral e disseminar informações falsas. Entre os nomes citados pela PF estão Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin.
Um servidor alegou que Corrêa defendeu uma “intervenção” na corregedoria durante investigações sobre a Abin paralela, ocorrendo em janeiro de 2024, em uma operação na sede da agência.
Corrêa também será questionado sobre invasões hacker aos sistemas do governo paraguaio e das autoridades ligadas à usina de Itaipu.
O diretor foi intimado na terça-feira (15) e declarou estar à disposição das autoridades para esclarecimentos sobre os fatos relatados. Na quarta-feira (16), servidores da Abin criticaram vazamentos de informações sigilosas pela PF, alegando que isso prejudica as relações internacionais do Brasil e compromete questões de Estado.