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Diamantes feitos em laboratório se popularizam com preços mais baixos

A produção de diamantes sintéticos na China cresce rapidamente, respondendo por mais de 70% do mercado global e desafiando a indústria tradicional. O custo reduzido e a qualidade das pedras artificiais atraem consumidores, enquanto os diamantes naturais enfrentam queda nas vendas e preços.

A produção de diamantes sintéticos na China, liderada por Feng Canjun, tem revolucionado o mercado. Enquanto a Terra leva mais de 1 bilhão de anos para formar um diamante, Feng o faz em apenas uma semana na fábrica Jiaruifu, em Zhengzhou.

A Jiaruifu opera com 600 máquinas e produz cerca de 100 mil quilates por mês, representando mais de 70% dos diamantes sintéticos usados globalmente. Este crescimento coincide com a queda na demanda por diamantes naturais, causando uma drástica redução nos preços e prejuízos para grandes empresas como De Beers, Alrosa e Rio Tinto.

Diamantes sintéticos custam 7% do valor de naturais, com 17% do mercado de varejo nos EUA sendo de sintéticos, comparado a 3% em 2020. Esta mudança tem levado a uma canibalização do setor tradicional.

A produção chinesa, inicialmente voltada para aplicações industriais, migrou para joias na última década. A maioria é feita por alta pressão e temperatura, com o uso crescente de deposição química em vapor.

A indústria é estratégicamente importante, com empresas relacionadas à defesa chinesa usando diamantes para tecnologia. Os baixos custos de energia e subsídios contribuíram para a eficiência da produção, que utiliza equipamentos proibidos para exportação.

Em resposta, a De Beers lançou a Lightbox em 2018, mas enfrentou desafios, incluindo uma guerra de preços. O valor de diamantes sintéticos caiu drasticamente — de US$ 28,9 mil para US$ 3.900 entre 2020 e 2024.

O governo de Henan criou uma associação para regular o setor e impor preço mínimo por quilate. A Natural Diamond Council tentou rotular sintéticos como "falsificações", mas enfrentou críticas.

O setor tradicional tenta reagir com campanhas publicitárias, mas todos enfrentam um declínio no consumo pós-Covid. Já no mercado chinês, os diamantes naturais estão perdendo espaço, com muitas lojas fechando ou migrando para sintéticos.

Feng também investe em diamantes personalizados a partir de cabelo humano ou cinzas cremadas, com crescimento na demanda em regiões como Coreia do Sul e Israel.

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