‘Desconheço o que a CVM quis dizer; fizemos tudo dentro da lei’, diz Borlenghi, da Ambipar
CVM determina OPA para minoritários da Ambipar após mudanças no entendimento da compra de ações pela gestão. Investigação aponta que a alta das ações pode ter sido impulsionada por movimentações em conjunto dos investidores.
CVM determina OPA para acionistas minoritários da Ambipar
No fim de junho, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) reforçou que a empresa Ambipar deve realizar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para minoritários.
O então presidente da CVM, João Pedro Nascimento, e a diretora Marina Coppola votaram pela OPA. O diretor Otto Lobo pediu vistas e a decisão foi suspensa.
A OPA tinha sido inicialmente determinada em março, quando a Superintendência de Registro de Valores Mobiliários (SRE) concluiu que a gestora Trustee atuou em conjunto com o controlador Tércio Borlenghi Junior, ultrapassando limites legais de compra.
Entretanto, em junho, Nascimento e Coppola decidiram que a oferta se aplicaria apenas a Borlenghi. Uma investigação apontou que fundos ligados ao Banco Master e a Nelson Tanure atuaram com Borlenghi para inflar as ações da Ambipar em mais de 700%.
Em resposta, Borlenghi negou qualquer conluio e a Trustee afirmou que suas compras foram feitas de forma regular.
Além disso, Borlenghi afirmou desconhecer a inclusão de ações da Ambipar em fundos do Banco Master, e que não tinha controle sobre quem comprava as ações.
Segundo Borlenghi, a alta das ações foi impulsionada pela recompra da empresa, que buscava reforçar suas finanças.
O CFO João Arruda destacou que a ação visava retenção de pessoal e dívida de fusões e aquisições.
Borlenghi enfatizou que os processos seguiram todas as normas de compliance, e que a Ambipar agora busca rentabilidade com uma estrutura unificada.