Deputado italiano quer negar entrada de Carla Zambelli no país europeu
Zambelli enfrenta pressão na Itália após sua condenação no Brasil, com pedidos de extradição em sua direção. A deputada anunciou que se afastará do cargo e está fora do país por motivos de saúde.
Deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) é questionada no Parlamento italiano após anunciar permanência na Europa, onde possui cidadania.
O deputado da oposição Angelo Bonelli, da coalizão Aliança Verdes e Esquerda, demandou informações do governo da Itália sobre a possível cooperação com o Brasil e a Interpol para sua extradição. Bonelli alertou: “A Itália arrisca se tornar um paraíso para golpistas”.
Em decisão no mesmo dia, o ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva de Zambelli e impôs medidas cautelares, incluindo:
- Bloqueio de bens
- Bloqueio de salário, cartão de crédito e PIX
- Exclusão de redes sociais em até duas horas
- Inclusão na lista de difusão vermelha da Interpol
Zambelli anunciou que está fora do Brasil desde a semana passada, buscando tratamento médico e participando de atividades políticas na França e na Itália. Ela relatou problemas de saúde, utilizados por sua defesa para pleitear o cumprimento da pena em regime diferente.
A deputada foi condenada por invadir o sistema do CNJ e inserir documentos falsos, incluindo um mandado de prisão fraudulento contra o ministro Moraes. O crime ocorreu em 4 de janeiro de 2023, poucos dias antes dos atos golpistas de 8 de Janeiro.
A pena inclui ainda multa e indenização de R$ 2 milhões. Embora a decisão não tenha transitado em julgado, Zambelli permanece inelegível por 8 anos.
Seu advogado, Daniel Bialski, anunciou que deixaria o caso por motivos pessoais, após criticar a condução do julgamento. O futuro de Zambelli fora do Brasil se torna incerto, com pressão crescente para que a Itália não acolha condenados por atos antidemocráticos.