Depósitos de bancos de médio porte aumentam exposição do FGC ao risco, diz Moody’s
Expansão dos bancos de médio porte aumenta riscos para o FGC, que mantém liquidez desproporcional. Relatório da Moody's alerta para a concentração de depósitos em poucas instituições, refletindo desafios na captação e rentabilidade.
Aumento nos depósitos de bancos de médio porte eleva riscos para o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Segundo relatório da Moody’s Ratings, depósitos segurados dessas instituições cresceram 7% em cinco anos.
A análise incluiu bancos de médio porte e fintechs com classificações S3 e S4, cujos ativos variam entre 0,1% e 1% do PIB.
Em setembro de 2024, seis instituições detinham depósitos que ultrapassavam um terço da liquidez total do FGC. Somente o Nubank superava o total do fundo. Em 2019, apenas um banco ultrapassava esse limite.
O relatório alerta que os números podem ser superestimados devido à inclusão de depósitos totais em vez dos elegíveis. A maior parte dos depósitos vem de clientes das próprias instituições, e não de corretoras.
O crescimento de produtos por plataformas como XP e BTG reduziu a desvantagem de captação dos bancos de médio porte. Em junho de 2024, depósitos intermediados por corretoras representaram 5% do total, 2,3 vezes a liquidez do FGC.
Além disso, as letras financeiras, principais instrumentos de financiamento de longo prazo, atingiram R$ 521 bilhões em setembro de 2024, 54% a mais em cinco anos. Esse aumento ajudou a mitigar custos de captação em um cenário de taxas de juros altas.
No entanto, a manutenção do aperto da política monetária pode impactar a rentabilidade dos bancos de médio porte, que dependem mais de captação sensível ao preço.
Instituições focadas em empréstimos para consumo, como Banrisul, BMG e Banpará, enfrentam compressão de margem devido a empréstimos com taxa fixa e prazos longos.