Deportações viram negócio lucrativo sob Trump e movimentam bilhões nos EUA, diz jornal
Aumento nos gastos com deportações destaca o lucro das empresas privadas no sistema de imigração dos EUA. A trajetória de Andry Blanco Bonilla ilustra os impactos das políticas do governo Trump sobre os imigrantes.
A campanha de deportação em massa do governo do presidente americano Donald Trump aumentou em 50% os gastos com empresas privadas que atuam no sistema de expulsões, segundo o “Wall Street Journal”.
A Casa Branca já gastou mais de US$ 13 bilhões (R$ 73,4 bilhões) em contratos nesta última década, e a expectativa é de crescimento com a intensificação da ofensiva contra imigrantes.
A história de Andry Blanco Bonilla, um venezuelano de 40 anos, ilustra o negócio bilionário da deportação. Após um ano em detenções, ele foi deportado com mais de 200 estrangeiros para El Salvador.
O processo de remoção de Blanco começou em fevereiro de 2024, quando foi detido pelo ICE em Dallas, sendo acusado de envolvimento com gangues, apesar de não ter antecedentes criminais. Ele foi levado ao centro de detenção Prairieland, custeado em US$ 17 milhões (R$ 96 milhões) por ano.
Ele foi transferido para o centro Bluebonnet, gerenciado pela Management and Training Corp, que já recebeu mais de US$ 240 milhões (R$ 1,3 bilhão) em contratos desde 2014. O custo diário por detento varia entre US$ 48 (R$ 271) e US$ 106 (R$ 598).
Durante a detenção, Blanco recebeu três refeições por dia, com um custo total de mais de US$ 4 milhões (R$ 22 milhões) em alimentação. Cuidados médicos, fornecidos por empresas como Arora Group, custaram mais de US$ 24 milhões (R$ 135 milhões).
Blanco foi deportado em março de 2025 para El Salvador, junto com 260 migrantes acusados de envolvimento com a gangue Tren de Aragua. As deportações ocorreram sob a invocação da Lei do Inimigo Estrangeiro de 1798, e os EUA pagam US$ 6 milhões (R$ 33 milhões) por ano ao governo salvadorenho pela detenção dos deportados.