Depoimentos de comandantes das Forças prejudicaram Anderson Torres, diz defesa
Advogados de Anderson Torres contestam depoimentos de ex-comandantes das Forças Armadas e pedem anulação de testemunhos. Eles afirmam que não há evidências que conectem o ex-ministro aos atos golpistas de 8 de janeiro e defendem sua inocência.
Advogados de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, pedem a anulação de depoimentos de ex-comandantes das Forças Armadas que, segundo eles, o prejudicaram. O pedido foi feito ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (28).
Torres é réu em uma das ações penais da trama golpista de 8 de janeiro de 2023, sendo acusado de omissão e de tentar apoiar o ex-presidente Bolsonaro. Ele integra o que a Procuradoria-Geral da República (PGR) definiu como "núcleo crucial", que inclui outros seis nomes.
Na defesa prévia, os advogados reiteraram a incompetência da Corte para analisar o caso e listaram 40 testemunhas de defesa, como Valdemar Costa Neto, Ciro Nogueira e Ibaneis Rocha.
A PGR afirma que Torres contribuiu para a desinformação sobre fraudes eleitorais. Entretanto, os advogados argumentam que não há evidências ligando Torres a ações ilegais ou aos atos de vandalismo ocorridos.
Sobre os depoimentos, a defesa criticou a metodologia das perguntas feitas, alegando que foram sugestionáveis e direcionadas a prejudicá-lo. Os ex-comandantes alegaram que Torres sugeriu medidas antidemocráticas após as eleições, mas a defesa contra-argumenta que ele nunca esteve presente em reuniões com eles.
No que tange à "minuta do golpe" encontrada em sua casa, a defesa argumenta que documentos semelhantes circulam amplamente e são descartados, garantindo que a minuta nunca foi elaborada ou distribuída por Torres.
Por fim, os advogados insistem que Anderson Torres não tinha a responsabilidade de assessorar juridicamente Bolsonaro, reafirmando sua inocência nas acusações.