Depoimento de ex-comandante da Aeronáutica é visto como ‘esclarecedor’ e ‘preciso’
Ex-comandante da Aeronáutica confirma detalhes de reuniões sobre possívelEstado de Sítio e revela ameaças feitas pelo ex-comandante do Exército. O depoimento, considerado fundamental, contradiz a versão apresentada por Freire Gomes na audiência anterior.
Depoimento esclarecedor do ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira, é visto como importante por ministros da Corte.
A oitiva foi aguardada após o depoimento do ex-comandante do Exército, Freire Gomes, que, na segunda-feira, tentou atenuar a trama golpista.
Ministros do STF elogiaram a seriedade de Baptista Junior, que confirmou tudo o que havia dito à Polícia Federal. Para um magistrado, o depoimento foi “esclarecedor” e o brigadeiro se mostrou “firme”.
O depoimento de Freire Gomes causou mal-estar ao mencionar reuniões sobre a instauração de Estado de Sítio após as eleições de 2022, onde afirmou ter sido chamado pelo ex-presidente para discutir um “estudo”.
Baptista Junior confirmou ter presenciado uma ameaça de prisão do então comandante do Exército contra o ex-presidente, relatando que Freire Gomes propôs: “se o senhor tiver que fazer isso, vou acabar lhe prendendo”.
Além disso, Baptista Junior afirmou que o ex-chefe da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, colocou as tropas à disposição de Jair Bolsonaro, em uma reunião. Ele destacou que tentaram dissuadir o presidente das ações golpistas.
O brigadeiro, testemunha na ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado, afirmou: “nada pode ser tão pior para as Forças Armadas que não ter uma postura de consenso”.
O depoimento é considerado um dos mais importantes neste processo, com Baptista Junior sendo indicado como testemunha pela Procuradoria-Geral da República (PGR).