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Delação de Mauro Cid está em xeque após suposta tentativa de fuga?

Mauro Cid é acusado de tentar fugir do país enquanto seu acordo de delação premiada é questionado. A validade do acordo pode impactar as acusações contra Jair Bolsonaro e outros réus no processo por tentativa de golpe de Estado.

Acordo de colaboração de Mauro Cid enfrenta novos questionamentos após denúncia de sua suposta intenção de fugir do país. Reportagem da Veja indicou que Cid utilizou contas de sua esposa no Instagram para discutir sua delação, violando regras do acordo.

Cid nega as acusações e pede investigação sobre as contas mencionadas. O ministro do STF, Alexandre de Moraes, ordenou à Meta que forneça detalhes sobre as mensagens e os proprietários das contas entre maio de 2023 e a data atual.

No mesmo dia, Gilson Machado, ex-ministro do Turismo, foi preso, suspeito de tentar ajudar Cid a obter um passaporte português. Ambos negam as acusações. Cid, que é réu no processo por tentativa de golpe de Estado contra Jair Bolsonaro, concordou em colaborar com as investigações em troca de punições menores.

As defesas dos demais réus questionam a credibilidade de Cid, que alterou o teor da delação ao longo do processo. Juristas alertam que uma eventual anulação do acordo não encerraria automaticamente o processo criminal contra Bolsonaro, pois depende de outras evidências.

O advogado Maurício Dieter critica a falta de uma lei clara sobre delações premiadas, afirmando que isso dá poder discricionário aos juízes. Ele observa que tentativas de fuga ou ocultação de verdade podem afetar a validade da delação.

Por outro lado, Leonardo Yarochewsky acredita que o processo não depende exclusivamente da delação de Cid, citando outros elementos probatórios.

Em iscrição na delação, Cid afirmou que Bolsonaro considerou decretar Estado de Sítio no final de 2022. Esta versão foi corroborada por testemunhas. No entanto, Bolsonaro também afirmou que descartou as ideias apresentadas por não serem constitucionais.

Aury Lopes Júnior afirma que a anulação do acordo afetaria Cid mais do que o processo como um todo, já que as provas obtidas continuam válidas.

Desde a firmatura de seu acordo, Cid já foi preso várias vezes, com acusações de obstrução de Justiça e descumprimento de medidas cautelares. O delator se defendeu ao negar qualquer plano de fuga e afirmou que sua família viajou aos Estados Unidos por motivos previamente agendados.

Em relação a Machado, este se defendeu, esclarecendo que não tentou obter um passaporte para si e negou as acusações de envolvimento, ressaltando que apenas auxiliou seu pai.

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