Defesa diz que general ‘não confessou plano de matar ninguém’ e pede para STF revogar prisão
Defesa do general argumenta que sua posição na acusação é inferior à de Jair Bolsonaro e pede revogação da prisão preventiva. Advogados alegam que não houve compartilhamento do documento "Punhal Verde Amarelo" e destacam depoimentos que contradizem a acusação.
BRASÍLIA - A defesa do general Mario Fernandes pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a revogação de sua prisão preventiva ou a aplicação das mesmas medidas cautelares impostas a Jair Bolsonaro (PL).
O argumento da defesa é que Bolsonaro, denunciado como líder da organização criminosa, ocupa posição superior à de Fernandes na acusação.
A manifestação foi protocolada no STF na noite de sábado, 26, após os interrogatórios do núcleo dois da ação penal sobre a tentativa de golpe.
A defesa alegou que o general “não confessou plano de matar ninguém” e que o documento “Punhal Verde Amarelo” não foi recebido por outros acusados.
Na quinta-feira, 24, Fernandes admitiu ser o autor do documento, que descrevia a possibilidade de “envenenamento” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e “neutralização” de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB). Ele afirmou que o arquivo, encontrado em um HD apreendido, não foi compartilhado.
A Procuradoria-Geral da República opinou pela manutenção da prisão, afirmando que as provas rebatem os argumentos da defesa, que citou a confirmação do tenente-coronel Mauro Cid sobre não ter recebido o documento.
A defesa reafirmou que não há prova de ações concretas de golpe por parte do general e que a confirmação do arquivo não implica em confissão de crime. Além disso, mencionou que a coincidência de horários em que outros estavam no Palácio do Planalto não sustenta a acusação.
O general confirmou ter conhecimento de um decreto com teor golpista discutido por Bolsonaro, mas disse não ter participado de sua elaboração.
A defesa solicitou a revogação da prisão ou a aplicação de medidas cautelares semelhantes às de Bolsonaro, considerando a contradição entre a denúncia e a manifestação da Procuradoria.