Defesa de Torres busca afastar ex-ministro de blitze no 2º turno e live sobre urnas
Defesa de Anderson Torres busca desqualificar depoimentos sobre suposto direcionamento policial nas eleições de 2022. Ao menos cinco testemunhas afirmaram que a reunião de planejamento foi isenta de teor político e voltada para procedimentos de praxe da Polícia Federal.
Defesa de Anderson Torres: Na audiência de terça-feira, 27, a defesa do ex-ministro da Justiça tentou provar que não houve “policiamento direcionado” nas eleições de 2022 e que a reunião de 19 de outubro não tinha teor político.
A reunião tratou das blitze no segundo turno, com cinco testemunhas afirmando que não houve favorecimento a Jair Bolsonaro (PL). As declarações foram dadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal que investiga tentativas de golpe.
Testemunhas: Entre os depoentes, estiveram o ex-diretor de Operações da PRF, Djairlon Henrique Moura, e o ex-diretor-geral da PF, Marcio Nunes. Todos negaram teor político, afirmando que a pauta era sobre policiamento e procedimentos da PF.
Djairlon, alvo de contestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi indicado em inquérito das blitze. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, destacou que ele tinha o direito de não responder.
A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) inclui uma conversa em grupo de WhatsApp, onde a ex-diretora de Inteligência Marília de Alencar criticou a imparcialidade de Torres na referida reunião.
A defesa procurou esclarecer a participação de Torres em uma live com Bolsonaro, onde foram feitos ataques às urnas eletrônicas. Braulio do Carmo Vieira e Marcio Nunes confirmaram que Torres foi “convocado” por Bolsonaro, embora Nunes não tenha distinguido se a convocação foi formal.
Outros depoimentos: Além dos já citados, também depuseram Saulo Moura da Cunha (ex-diretor da Abin), Cintia Queiroz de Castro (ex-subsecretária de Segurança Pública do DF) e outros. Saulo afirmou que souberam da gravidade dos atos de 8 de Janeiro apenas na véspera.
Cintia mencionou a chegada de caravanas a Brasília, mas desconhecia intenções de depredação. Victor Godoy negou intenções antidemocráticas em reunião ministerial e Zampronha e Rocha comentaram sobre a lisura das urnas e o papel da PF nas eleições.