Debate sobre redes precisa andar, diz Evaristo
Macaé Evaristo aborda desafios enfrentados por mulheres negras e destaca a importância de regulamentar as redes sociais para proteger vítimas de crimes cibernéticos. A ministra também reflete sobre sua trajetória e os impactos da desconfiança no ministério após denúncias de assédio.
A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, participou do 11º Power Trip Summit em Salvador, onde discutiu os ataques que recebe nas redes sociais e a necessidade de regulamentação das plataformas.
Evaristo afirmou: "Recebo muitos xingamentos todos os dias, desde ofensas pela minha aparência até críticas ao meu jeito de ser feliz." Ela destacou que crianças e mulheres negras são as principais vítimas de crimes cibernéticos e criticou a resistência das plataformas em fornecer dados que ajudem a apurar esses crimes.
Regulamentação das redes sociais é um tema paralisado no Legislativo. Evaristo ressaltou: "O racismo é estratégico para hierarquizar e concentrar riqueza." Ela defendeu a construção de uma rede solidária entre as mulheres e a luta contra o racismo e o machismo.
Com uma trajetória como Secretária Municipal de Educação e ativista, Evaristo lembrou das dificuldades enfrentadas na infância e da luta por melhorias na comunidade negra de Belo Horizonte.
A ministra chegou ao ministério após a demissão de Silvio Almeida, envolvido em denúncias de assédio. Ela comentou a situação tensa que isso gerou e sua estratégia para restabelecer o ambiente de trabalho.
Evaristo também abordou a questão do retorno de brasileiros repatriados dos Estados Unidos, relatando situações de criminalização injusta e a necessidade de suporte profissional e jurídico para essas pessoas.
Além de Evaristo, o evento contou com a presença de Daniela Mercury, que falou sobre sua carreira e o papel da mulher na música, questionando: "Se a gente tivesse o mesmo poder que os homens sempre tiveram, o que a gente teria feito pelo mundo?"
A conversa de Mercury culminou com a reflexão: "Eu tive que acreditar em mim porque ninguém acreditava."