De volta ao gás russo? União Europeia enfrenta dilema de segurança energética
Empresas da União Europeia avaliam reverter política de banimento do gás russo em meio a crise energética. A dependência crescente do GNL dos EUA gera preocupações sobre novas vulnerabilidades geopolíticas.
Ucrânia não renova contrato para gasoduto que liga Rússia à Europa.
Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a segurança energética da Europa permanece frágil.
O GNL dos EUA preencheu a lacuna do gás russo durante a crise energética 2022-2023. Contudo, a dependência dos EUA gera novas preocupações.
Executivos da União Europeia agora consideram a possibilidade de reinstaurar importações de gás russo, mesmo com promessas de parar até 2027.
As opções energéticas da Europa são limitadas, com negociações estagnadas com o Catar e a dependência crescente das energias renováveis não sendo rápida o suficiente.
Didier Holleaux, da Engie, afirmou que uma paz na Ucrânia poderia permitir importações de até 70 bilhões de metros cúbicos anuais de gás russo.
Patrick Pouyanné, da TotalEnergies, alertou sobre a dependência excessiva do gás dos EUA e pediu diversificação nas fontes de energia.
A Alemanha é fortemente dependente do gás russo, sendo a Rússia responsável por 60% do consumo antes do conflito.
Na indústria química, há uma pressão crescente para voltar a importar gás russo, visto que a crise já resultou em cortes de empregos.
A guerra tarifária com os EUA levanta questões sobre a dependência do GNL americano, tornando-o uma potencial ferramenta geopolítica.
Apesar da meta da UE de acabar com as importações russas até 2027, planos foram atrasados.
Empresas da UE estão buscando indenizações da Gazprom por descumprimentos contratuais e consideram a possibilidade de reverter essa situação como uma forma de resolver disputas financeiras.
Maxim Timchenko, da DTEK, expressou preocupações sobre um possível retorno do gás russo, esperando que políticos europeus aprendam com as lições do passado.