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De fintechs a garimpeiro da Venezuela: PF rastreia caminho do dinheiro de ataque hacker que afetou o Pix

Investigações revelam que R$ 800 milhões foram desviados em ataque cibernético ao sistema do Pix, com parte dos valores encontrada em contas de um assessor parlamentar em Roraima. A ação já resultou na prisão de quatro envolvidos, incluindo um ex-candidato a cargo público.

Polícia Federal e Ministério Público de São Paulo estão investigando o desvio de R$ 800 milhões durante um ataque cibernético à empresa C&M, que conecta bancos ao sistema do Pix.

O ataque é considerado a maior ofensiva hacker contra o sistema financeiro do Brasil. Parte do dinheiro caiu na conta de um homem em Roraima, que relatou ter recebido R$ 2,6 milhões de um garimpeiro venezuelano.

Com o apoio do Banco Central, a PF rastreou parte do dinheiro, que saiu inicialmente de três bancos afetados, sendo um deles o BMP, que reportou o furto de R$ 541 milhões.

A investigação revelou que o dinheiro foi repassado a uma instituição de criptomoedas em Contagem (MG) e a uma importadora de cosméticos em Brasília, antes de chegar a duas fintechs em Gravataí (RS) e Curitiba (PR).

Essas fintechs enviaram os valores para Jackson Aquino de Souza, assessor parlamentar de Roraima, que foi preso após sacar R$ 700 mil. Ele alegou desconhecimento sobre a origem do dinheiro e afirmou estar enganado ao comprar uma fazenda para um garimpeiro venezuelano.

A PF qualificou sua ação como lavagem de dinheiro devido à “cegueira deliberada” e solicitou sua prisão preventiva, acatada pela Justiça de Roraima.

Souza, que já foi candidato a vereador e deputado, é o quarto preso na operação. Outras prisões ocorreram no Pará e Goiás, com a recuperação de R$ 5,5 milhões.

O primeiro investigado foi João Nazareno Roque, operador de TI da C&M, preso por facilitar o ataque. Ele confessou ter vendido sua senha para hackers.

A investigação está em andamento, com indícios de uma organização criminosa por trás do ataque ao sistema financeiro.

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