De ferro a carnes: exportações brasileiras crescem com escalada de guerra comercial
Aumento nas exportações do Porto do Açu reflete oportunidades criadas pela guerra comercial entre EUA e China. Brasil se destaca como fornecedor estratégico de commodities, especialmente para a China, diante das tarifas impostas por Trump.
Guerra comercial de Donald Trump pode ter reduzido os preços globais das commodities, mas trouxe benefícios para o Porto do Açu, no Rio de Janeiro, com aumento nas exportações.
O Porto do Açu, principal porto de exportação de petróleo do Brasil, já investia em capacidade extra e agora observa um aumento na demanda devido às distorções comerciais.
“Quando as ameaças começaram, a demanda começou a aumentar”, afirmou João Braz, diretor de logística do porto. O Brasil, como maior parceiro comercial da China, está em posição favorável para ganhar mercado.
China anunciou tarifas para produtos americanos, podendo beneficiar exportadores brasileiros. Porto do Açu viu aumento significativo nas exportações de ferro-gusa e está bem posicionado para liderar no mercado de soja.
- Exportações de aves frescas: 476.000 toneladas em março, +19% vs. ano anterior.
- Exportações de carne bovina: aumento de 20%.
Entretanto, o Brasil enfrenta engarrafamentos nas ferrovias e portos. O Porto do Açu planeja dobrar sua capacidade anual para 5 milhões de toneladas.
Clientes estocam soja, principalmente para a China, enquanto a falta de contêineres afeta exportações de café. O porto começou a usar sacas maiores para atender à demanda.
"Os clientes precisam de uma alternativa", completou Braz. O Porto do Açu se adapta e busca aumentar seus volumes este ano.