De carne a grãos, guerra comercial beneficia Brasil e Argentina
Brasil e Argentina aproveitam guerra comercial entre EUA e China para expandir exportações agrícolas. As nações sul-americanas se destacam especialmente no setor de carnes e grãos, conquistando novos mercados globalmente.
Brasil e Argentina são considerados vencedores na atual guerra comercial que afeta os mercados agrícolas globais.
Tensões entre Estados Unidos e China oferecem oportunidades para essas nações sul-americanas aumentarem suas exportações de produtos como carne e grãos.
A mais recente oportunidade é a carne bovina. Tarifas dos EUA, impostas por Donald Trump, impactaram 8 dos 10 principais compradores de carne bovina, beneficiando o Brasil, que agora exporta para mercados halal como Argélia e Turquia.
O Japão está em negociações para importar carne mais barata do Brasil, e a guerra comercial pode forçar outros compradores a escolher fornecedores de menor custo, especialmente o Brasil, segundo Guilherme Jank, analista da Datagro.
A China, afastando-se dos produtos americanos, encomendou grandes quantidades de soja do Brasil e reabriu seu mercado para aves da Argentina, além de ter aberto para milho argentino.
Durante a guerra comercial anterior com a China, o Brasil se consolidou como o maior fornecedor mundial de soja. Negociações para um acordo entre Mercosul e União Europeia também estão em andamento.
Produtores argentinos de sorgo podem se beneficiar de preços mais altos devido à falta de alternativas. A volatilidade nos preços agrícolas, entretanto, continua a ser um risco.
Se as restrições comerciais persistirem até a colheita de soja e milho dos EUA, as oportunidades para os produtores sul-americanos se expandirão ainda mais, conforme afirmou Ivo Sarjanovic, professor na Universidade Torcuato Di Tella.
Apesar dos desafios, Guilherme Jank acredita que os países importadores preferirão consumir carne mais barata como reação aos altos preços.