Da 'caça aos marajás' à prisão por corrupção, os altos e baixos da carreira de Collor na política
Fernando Collor é preso por corrupção e lavagem de dinheiro após condenação relacionada à Operação Lava Jato. A decisão do STF determina que ele cumpra inicialmente pena em regime fechado.
Fernando Collor de Mello, ex-presidente e ex-senador, foi preso aos 75 anos na sexta-feira (25/3) por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A prisão resulta de uma condenação a 8 anos e 10 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, relacionada à Operação Lava Jato e crimes com a BR Distribuidora.
Collor foi preso em Maceió, Alagoas, enquanto se preparava para se entregar em Brasília. O julgamento sobre sua prisão foi levado ao plenário pelo ministro Gilmar Mendes, que votou pela absolvição.
Até o momento, quatro ministros votaram pela manutenção da prisão, mas a decisão final ocorrerá em maio com a nova reunião do plenário. Enquanto isso, Collor permanece detido.
A Procuradoria Geral da República (PGR) alegou que Collor favoreceu a UTC Engenharia em contratos, recebendo R$ 20 milhões. As provas incluem delatores, e-mails e extratos bancários.
O relator do caso, ministro Luiz Edson Fachin, afirmou que Collor exercia influência sobre a BR Distribuidora, comprovando a lavagem de dinheiro por meio de 42 depósitos.
Collor, conhecido como “caçador de marajás”, teve uma carreira política tumultuada. Ele foi presidente de 1989 até seu impeachment em 1992 por corrupção e renunciou antes da votação final no Senado. Em 1994, foi absolvido de processo criminal no STF.
Após um hiato, Collor retornou à política em 2002, mantendo-se ativo até perder as eleições de 2022. Seu legado é considerado abalado pelo impeachment e por não ter se firmando como liderança regional.
A Operação Lava Jato, que levou à sua condenação, enfrenta controvérsias, especialmente após os vazamentos do caso Vaza Jato, que revelaram conluio entre procuradores e o então juiz Sergio Moro.