Custo vai selar futuro de Angra 3; usina passará por novo estudo técnico, econômico e jurídico
Futuro da usina nuclear Angra 3 permanece incerto após nova avaliação solicitada pelo governo. Despesas acumuladas e necessidade de parcerias no setor privado complicam a conclusão do projeto.
Usina nuclear Angra 3: em construção desde a década de 1980, enfrenta incertezas quanto ao futuro.
Com dois terços das obras concluídas, precisará de um novo estudo técnico, econômico e jurídico pelo BNDES, conforme informado pela Eletronuclear.
O projeto foi paralisado em 2015 devido aos escândalos da Operação Lava-Jato.
Um acordo entre o governo e a Eletrobras, privatizada em 2021, resultou na cessão de assentos no Conselho de Administração. Em contrapartida, a Eletrobras não precisará mais investir na construção de Angra 3.
O novo estudo irá reavaliar a viabilidade do projeto, considerando os recentes acordos. Um estudo anterior estimou R$ 23 bilhões para finalizar as obras e R$ 21 bilhões para desistir do projeto.
Atualmente, já foram gastos R$ 12 bilhões com a usina.
Suspensão de dívidas: a Eletronuclear solicitou a suspensão do pagamento de dívidas de aproximadamente R$ 7 bilhões até dezembro de 2026 para aliviar sua situação financeira.
A energia nuclear é vista como importante para a segurança energética do Brasil, podendo atender 4,5 milhões de habitantes e gerar 70% da energia elétrica do Rio de Janeiro.
Capital privado: O governo considera parcerias com a iniciativa privada para concluir Angra 3. A Eletronuclear abriu consulta pública para avaliar o interesse do mercado.
O Brasil opera duas usinas nucleares, Angra 1 e Angra 2, que representam 0,8% da capacidade instalada do país.
Angra 1 renovou sua licença para operar por mais 20 anos e passou por manutenção recentemente.
Além disso, a Eletrobras está em processo de venda de sua participação restante na Eletronuclear, 35% das ações.