HOME FEEDBACK

Culpa da energia solar? A discussão em torno de fontes de energia renovável após apagão na Espanha e em Portugal

Investigação aponta falhas em sistema de energia solar espanhol como principal suspeita do apagão. Especialistas alertam para necessidade de maior robustez nas interconexões elétricas entre os países.

Apagão na Península Ibérica: Na segunda-feira (28), um blecaute afetou Portugal e Espanha, levantando suspeitas sobre uma falha em um sistema de energia solar na Espanha.

A Red Eléctrica, operadora da rede espanhola, aponta uma perda de geração fotovoltaica como causa preliminar, descartando ataque cibernético ou eventos meteorológicos extremos.

O administrador da operadora de energia portuguesa, João Faria Conceição, sugeriu que o uso excessivo de fontes renováveis na Espanha é uma "ideia plausível", mas não a única. Pedro Sánchez, premiê espanhol, refutou que a falha seja devido às renováveis, atribuindo a problemas à energia nuclear.

A eletricidade na Espanha vem de várias fontes, sendo predominante a energia solar (59%) e eólica (11%). O apagão de agosto de 2023 no Brasil foi comparado à situação espanhola, com semelhanças na intermitência das fontes energéticas.

O pesquisador Pedro Jatobá explica que a inércia de usinas grandes como hidrelétricas ajuda a estabilizar a rede elétrica. No entanto, na segunda-feira, a Espanha operava com pouca inércia devido à ausência dessas fontes.

O alerta da Redeia sobre possíveis desconexões "severas" devido ao aumento das fontes renováveis foi ignorado. Após o apagão, a Espanha restabeleceu o fornecimento utilizando usinas de ciclo combinado e hidrelétricas.

Referente a Portugal, o país estava totalmente conectado à Espanha durante o apagão e não conseguiu se desvincular rapidamente, sendo afetado. Portugal compra energia da Espanha por razões econômicas, embora tenha capacidade de produzir sua própria eletricidade.

Autoridades em Portugal defendem que voltar a centrais de carvão não é a solução. O pesquisador Jatobá ressalta que o Brasil é menos suscetível a apagões por conta de suas interligações robustas, exceto Roraima, que ainda depende da Venezuela.

Leia mais em folha