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Crítico de Erdogan, empresário turco naturalizado brasileiro é preso no Brasil

Empresário turco naturalizado foi preso após solicitação de extradição da Turquia, que o acusa de envolvimento com o Hizmet. A defesa argumenta que as alegações são infundadas e quer revogar a prisão no STF.

Prisão de Empresário Turco

A Polícia Federal prendeu, no dia 30 de agosto, o empresário turco naturalizado brasileiro Mustafa Goktepe, ligado ao movimento Hizmet, oposição ao governo Recep Tayyip Erdogan.

Goktepe enfrenta um pedido de extradição à Turquia. Sua defesa pediu a revogação da prisão, afirmando que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve negá-la, como fez anteriormente com outros empresários turcos.

O advogado Beto Vasconcelos declarou que se trata de perseguição política e que Goktepe, naturalizado brasileiro desde 2012, não tem acusações contra sua conduta.

A prisão foi autorizada pelo ministro Flávio Dino e ocorre após solicitação do governo turco. Goktepe vive no Brasil há mais de 20 anos, é empresário e professor na USP.

O pedido de extradição se baseia em uma alegação de que Goktepe teria interagido com um grupo do Hizmet em 2017, quando já era naturalizado, impedindo sua extradição pela Constituição brasileira.

O movimento Hizmet, considerado terrorista pela Turquia, é visto como pacífico fora do país. Foi fundado por Fethullah Gülen, ex-aliado de Erdogan, que se tornou seu maior inimigo após escândalos de corrupção.

Recentemente, o STF negou extradições de outros membros do Hizmet, citando motivações políticas nas acusações. O clima de repressão na Turquia aumentou, com detenções de críticos do governo, como o prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu.

A Turquia é classificada como um país “não livre” pelo Freedom House devido ao autoritarismo de Erdogan, que está no poder desde 2003.

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